#ImagineHarry..
Acho que estar sumida por uns tempos me fez bem. A única coisa que estava me fazendo mal era a falta da companhia do meu melhor amigo. Eu estava preocupada com ele, já se fazia quase um mês que eu não falava com ele e mesmo essa sendo minha vontade, eu praticamente o ignorei. Não estava atendendo suas ligações e nem respondendo as mensagens que ele mandava. Tanto dele quanto as das minhas amigas. Eu realmente não estava bem. Passava o dia inteiro deitada na cama, remoendo minhas dores internas que ate hoje não sei quais eram exatamente e, se eu não estava fazendo isso, estava comendo chocolate e porcarias enquanto assistia filmes depressivos e/ou nostálgicos. Tudo para melhorar o meu humor.
Harry era meu melhor amigo desde que tínhamos uns sete ou oito anos. Desde pirralhos como costumamos dizer. Sim, o Harry a quem me refiro é o Harry Styles da banda One Direction, mas para mim ele era apenas o Harry que conheci quando criança. O bobo e companheiro Harry. E acredito eu que, pelo fato dele estar em turnê pelo mundo afora e estar muito longe de mim, fazia disso um motivo para eu estar tão depressiva, triste e carente como estava. Mas o que posso fazer de melhor do que ficar deitada o dia inteiro na cama, olhando pro teto ou pra parede enquanto escuto musica e penso em nada?
Eu estava assim naquela tarde. Depressiva e pensativa. Meu fone de ouvido gritando alguma musica que eu não prestava muita atenção. Meu corpo virado para a parede enquanto eu mantinha os olhos fechados tentando, com sucesso, não pensar em nada. Abraçada ao meu ursinho de pelúcia como se não houvesse um amanha possível e tentando matar a carência com a almofada entre as pernas, formando uma posição de concha solitária. Naquele dia, por não conseguir dormir direito, eu consegui ver o sol nascer. E foi a visão mais linda que tive em anos de cima do telhado de casa. É, sempre quando o Harry dormia em casa, agente acordava cedo e subia no telhado pra ver o sol nascer. Foi um jeito estranho que eu arrumei pra diminuir a saudade que eu tava sentindo dele naquele dia, o que não foi grande coisa já que eu só lembrei mais dele. Ele sempre dizia que adorava as cores que o céu criava quando o sol estava nascendo.
E depois daquele momento particular meu, olhando o sol, eu tomei um banho longo com direito a lavar o cabelo. Coloquei a camiseta do Ramones que o Harry me deu há um tempo atrás... Para constar, não era a dele, era uma outra que eu fiz ele comprar, porque eu fiquei com um pouco de medo de usar a dele por causa das fãs. Coloquei um conjunto de lingerie que a calcinha era um shortinho, então eu não precisaria colocar mais nada que aquilo, e assim fiquei deitada na cama morgando e pensando em nada. Não comi nada durante o dia todo, o que estava deixando minha mãe preocupada. E enquanto eu acariciava a cabeça do meu bichinho que eu envolvia com tanto amor e carinho nos meus braços, eu mantinha os olhos fechados e ouvia a musica tocar.
Devia ser umas três horas da tarde e eu continuava lá sem fazer nada, na mesma posição desde que me deitei. E em certo momento, enquanto me forcei a cantarolar o refrão de uma musica, eu senti alguém se deitando comigo na cama. Ate então, eu estava em outro mundo, navegando em águas desconhecidas e quando senti aquele corpo se encaixar perfeitamente ao meu, eu voltei para a realidade. Ali estava o Harry, abraçado a mim enquanto eu tentava acreditar que era realidade, não um sonho. Acontece que era realidade, mas minha cabeça, de tanto imaginar o Harry comigo não via isso. Pra mim, no momento em que senti o braço de Harry envolver minha cintura e me apertar contra si enquanto seu rosto de afundava nos meus cabelos, era como se fosse mais um sonho meu.
Acho que desde que nos conhecemos Harry sempre cuidou de mim. Posso dizer que ele era alguém muito protetor e carinhoso dependendo da pessoa, e você deve perceber isso quando ele esta com os meninos da banda. Que por acaso também são meus amigos. Mas comigo, ele tinha um cuidado e um carinho enorme, quase especial demais. Hazza me mimava muito, desde sempre eu acho, e nunca me deixava de lado quando ia fazer alguma coisa, era o primeiro a me chamar. E quando eu não estava bem, tanto de saúde quanto do sentimento, lá estava ele cuidando de mim.
A sensação de ter ele ali comigo, tão perto e tão real era gostosa. De certo modo fazia eu me sentir bem. E só foi quando ele me prensou ainda mais contra si, beijando meu ombro e colocando a mão que me abraçava sobre a minha que acariciava a cabeça do meu bichinho, que eu soube que não era apenas um sonho como os outros. Como eu soube disso? Simples. Em todos os meus sonhos ou imaginações em que Harry estava ele nunca se mexia e sempre estávamos abraçados e em pé, nunca deitados. E saber que não era mais minha mente imaginando coisas e sim a realidade conspirando contra mim, fez todo o meu corpo se tencionar e um arrepio subir por minhas costas. Ele estava ali. “Que saudade de você Hazza.”
- O que você esta fazendo aqui Harry? – perguntei depois de um tempinho inalando o perfume dele e sentindo-o entrelaçar seus dedos aos meus e me apertar mais ainda.
- Atendendo a um pedido da sua mãe que me ligou ontem à noite me dizendo que você não estava bem e que fazia quase um mês que você não saia do quarto. E eu tenho que confessar que ela não é a única que esta preocupada com você, eu também estou. Você parou de me responder e você nunca foi disso. – respondeu tão calmo que eu quase fui capaz de me deixar relaxar, mas não dava. Não com ele ali.
- Você deveria estar se preparando para um show hoje Harry. Você esta em turnê e vir aqui só pra ver qual é o meu problema não tem cabimento.
- Não temos show hoje e sim, tem cabimento sim. Se você não se lembra você é minha ‘melhor amiga’ desde sempre e não gosto de te ver assim pra baixo. – não sei por que, mas quando Harry disse que era sua ‘melhor amiga’ senti um tom diferente vindo dele.
- Eu estou bem. Não precisava vir ate aqui para checar isso. – respondi baixo, não queria que ele visse que eu estava mentindo, mesmo que isso já estivesse na cara. Harry me conhecia bem demais. Ok, o que deu em mim para tentar mentir para meu melhor amigo? Burra!
- Você sabe que não me engana com isso, não é?! – viu, não adianta tentar mentir pra ele. – Vai me dizer por que esta assim ou terei que te fazer responder?
- Pra falar bem a verdade eu não sei também porque estou assim. – e novamente o tom baixo de voz. Vai ficar freqüente eu falar baixo para responder o que eu não quero ou o que eu não sei. E acho que foi por isso que, assim que respondi apertando ainda mais meus olhos, Harry me virou pra si. O tempo todo em que eu estive de costas pra ele, eu apenas sentia sua respiração e o toque da sua mão, assim como o aroma tão amado por mim de seu perfume. E quando ele me virou, me deixando de frente para si, a expressão que vi em seu rosto era de dor, preocupação e confusão. Ok, ele não entendeu. – Eu não tenho uma resposta para a pergunta de, porque estou assim. Eu apenas estou e, sinceramente, me sinto bem nessa bolha de nada que eu criei. Me impede de pensar nas coisas que eu não devo sabe?!
Vamos abrir o jogo logo de uma vez! Eu acho que estava entrando em algum estagio de depressão que, com certeza, se eu continuasse do jeito que tava ia ficar preocupante. Mas eu não sabia dizer por que estava daquele jeito. E ficar presa no meu quarto, sem fazer nada, sem sair e sem comer, me parecia algo bom. Eu ia morrendo aos poucos e isso, de um jeito muito, mas muito estranho mesmo, era o que eu queria. Eu não posso dizer que sou apaixonada pelo meu melhor amigo, ate porque nem eu sei se isso pode acontecer. Quer dizer, eu vivi minha vida inteira ao lado dele. Nós crescemos juntos e, mesmo com a carreira e tudo o mais, Harry nunca me abandonou. Mas eu tinha certeza que nutria um carinho e um amor enorme por ele, agora de que forma já não sei.
- Será que você me deixa fazer parte dessa bolha de nada com você? – perguntou olhando tão fixamente nos meus olhos que eu juro, juro mesmo, que podia contar e descontar todos os sentimentos que eu vi passar naquelas órbitas. Assim como todos os risquinhos e tons de verde que as pintavam. – Você sabe melhor que ninguém que eu odeio te ver pra baixo. E te ver assim, sem ter motivos para ficar triste e deprimida, me deixa com dor. Então? Você me permite entrar nessa bolha de nada com você?
Era uma pergunta simples que pedia por uma resposta simples também, mas será que eu sabia qual era a resposta? Porque, por mais que eu quisesse apenas ficar sozinha, contando minhas magoas e meus problemas no dedo e também, ter minha razão gritando um NÃO DEIXA bem grande o, sempre, idiota do meu músculo cardíaco, no caso o coração, gritava ainda mais alto pelo SIM, DEIXA SIM. E o que fazer?
- Eu deixo você entrar nessa bolha de nada comigo. – e foi exatamente isso que eu respondi, olhando para baixo e apoiando a cabeça no peito dele, enquanto aquele costumeiro sorriso triste se formava e não sei por que, as lagrimas também. – Sempre você me fazendo bem. Não se cansa de mim não?!
- Claro que não. – ele riu baixo me abraçando ainda mais forte e me jogando para cima de seu peito, me fazendo deitar ali. – Ora, você é meu pequeno anjinho, como vou me cansar de você?
É, acho que não tem como negar que algum sentimento a mais eu sentia por Harry. E o fato de estar deitada em seu peito, com o rosto afundado em seu pescoço, respirando aquele perfume e apertando minhas mãos em punho em sua camiseta só confirmava isso. E devo constar que meu coração estava acelerado demais. A saudade que senti dessa vez foi grande demais.
Ficamos daquele jeito, abraçados, eu sentindo Harry acariciar minhas costas enquanto eu o puxava pela camiseta, por longas horas. Não sei dizer ao certo quanto tempo foi, mas eu sei que quando resolvemos sair dali já estava escurecendo. E por algum outro motivo eu me lembrei dos meninos.
- Você veio sozinho?
- Não, os meninos estão lá em casa. Eles vêem te ver amanha antes da gente viajar de novo. – respondeu calmo e delicado.
Adoro ficar observando o Harry falar. Ele fica tão lindo fazendo biquinho enquanto fala. Fora a voz rouca e arrastada dele que quase consegue me deixar louca. Fiquei observando-o por longos minutos assim como ele fez. Estava um clima diferente entre nós dois. Diferente das outras vezes. Acho que já posso dizer que não era apenas amizade que existia entre nós dois naquele momento.
- Vamos para aquele parque que costumávamos ir quando criança? Sinto falta de ir lá com você. – me perguntou de surpresa enquanto ainda nos fitávamos. Eu apenas confirmei com a cabeça e me levantei.
Enquanto eu levantava pra ir colocar uma calca, já que iria com aquela camiseta mesma, senti o olhar de Hazza em minhas costas. Não vou dizer que tenho vergonha de me trocar na frente de Harry porque eu não tenho. Anos de amizade e tecnicamente, eu não estava nua. Coloquei a calca e o All Star branco pra combinar com ele. Estávamos iguais, literalmente. Acho que foi coincidência ele ter ido a minha casa com a mesma camiseta do Ramones que eu. Mancada!
Quando chegamos ao parque estava tudo calado, ate nós dois não falávamos nada. E apesar de tudo, o silencio não era cômodo. Fomos para a ponte que tinha em cima do lago, como sempre fizemos. Me sentei na ponta da ponte, ficando com os pés pendurados para baixo e diferente das outras vezes, Harry se sentou atrás de mim, colocando as pernas uma de cada lado meu. Repousou a cabeça no meu ombro direito, deixando o rosto ao lado do meu e me abraçou pela cintura. Ficamos encostados um no outro, respirando o ar frio da noite e observando o reflexo da lua e das estrelas nas águas do lago.
- Eu prefiro você assim, ainda que não esteja cem por cento feliz como eu realmente gosto. – falou depois de um tempo.
- E eu gosto de você. – soltei sem pensar, mas acho que não me arrependi disso. Ele sorriu assim que me ouvir falar.
- E eu te amo!
Rimos juntos nos tocando do que havíamos acabado de dizer. Acho que aquilo foram declarações de amor. Não sei, só acho. Harry se afastou um pouco de mim e me virou para si. Por um tempo, fiquei olhando para os olhos dele que reluziam as luzes e um brilho próprio. Depois olhei para os cabelos dele, admirando o modo como se moviam de modo doce com o vento. E depois, fiquei encarando o lindo sorriso que ele carregava. Não sei o que ele estava pensando, ou o que estava olhando em mim, mas quando ele sorriu mais abertamente, mostrando as covinhas e certo nervosismo, eu sorri involuntariamente nervosa também.
Hazza me puxou pelas pernas me fazendo ficar mais perto do seu corpo. Colou nossas testas e ficou olhando dentro do meu olho. Foi só quando ele segurou na minha nuca com uma mão e minha cintura com a outra, me causando um arrepio no corpo todo, que eu fechei os olhos e sorri abobalhada. Agora sim, eu confirmo. Eu gosto do meu melhor amigo! Que coisa clichê!
- Estava com saudade de você. E acho que vou continuar naquela nostalgia e depressão ate você voltar de turnê. É difícil ficar longe de você, só podendo te ouvir pelo telefone e não poder te tocar. Não gosto disso, mas eu gosto de te ver feliz trabalhando nisso. – sorri pousando minhas mãos no peito dele e sentindo seu coração dar um salto forte.
- Você vai me esperar, ate eu voltar pra ficar com você pra sempre? – ele me perguntou meio aflito e ansioso. Eu apenas sorri.
- Vou.
Nós abrimos os olhos. Nos encaramos. E então, nos beijamos. Nunca havia beijado alguém com tanto desejo... Amor... Sentimento como beijei Harry naquele momento. E novamente lá estava eu o puxando pela gola de sua blusa, trazendo-o mais para perto de mim. O beijo de Harry era diferente dos outros. Era um beijo tão delicado e preciso que me deixava entorpecida. Flutuando. E o modo como ele me apertava como acariciava minha nuca e me puxava pela cintura, só me dava à certeza que de tudo, aquilo realmente era o certo a se fazer.
- Eu te amo pequena. Minha pequena! – disse ao cortarmos o beijo.
- Meu príncipe. Meu anjo. E meu só meu. Eu te amo.
E novamente nos beijamos. E nos abraçamos. E juramos que ficaríamos juntos para sempre. E foi exatamente isso que aquele beijo significou. Um para sempre que apenas tínhamos nós dois envolvido. Significava o nosso novo amor. O novo nós.
Via-Nat Galvão(VasHapeninBr)
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